Atualmente, a Itália é o produtor líder de vinho no mundo. Além disso, é o país que tem o maior número de uvas nativas, muitas delas dificilmente são cultivadas fora do seu local de origem. Isso faz da Itália um produtor de vinhos únicos, que não podem ser replicados em nenhuma outra parte do mundo.
Introdução ao “winemaking” na Itália
Na década de 70, é plausível considerar o aprimoramento da produção de vinhos da Itália e seu impacto na indústria como um todo. Parte dessa revolução deu-se por investimentos (normalmente de fundos da União Européia) que modernizaram as instalações de toda a cadeia produtiva do vinho na Itália e a fizeram uma das melhores do mundo.
Adicionalmente, o aumento da qualidade dos vinhos italianos é resultado do processo de experimentação e introdução de técnicas de vinificação mais modernas. Com o passar dos anos, produtores encontraram um bom equilíbrio entre as técnicas modernas e tradicionais.
Vinhos tintos italianos
No início da revolução, os tanques de aço inox substituíram gradualmente os grandes recipientes de madeira tradicionais. Essa tendência foi parcialmente revertida ao longo dos anos, pois os produtores perceberam a importância do processo de fermentação em madeira. Atualmente, usa-se tanques de aço inox, madeira ou uma combinação dos dois. Além disso, recipientes de concreto também são utilizados.
As técnicas de administração do “sombreiro” também foram modernizadas, por exemplo, ao invés da pigeage (o pisar nas uvas), optou-se pela remontagem ou a utilização de rotofermentadores.
Tradicionalmente, os vinhos italianos tintos passavam por longas fermentações e macerações. A maioria dos produtores reduziram esse tempo de maceração. É importante ressaltar que os produtores de vinhos de alta qualidade normalmente mantém macerações mais longas (de 3 a 4 semanas) com o objetivo de produzir vinhos com mais estrutura, complexidade e potencial de guarda.
Nas décadas de 80 e 90, uma das mudanças mais significativas estava relacionada à maturação e o tempo de envelhecimento dos vinhos antes do seu lançamento ao mercado. Tradicionalmente, os vinhos tintos eram envelhecidos em grandes recipientes de carvalho esloveno ou em barris de castanheiras. Na década de 80, os barris de carvalho franceses começaram a ser introduzidos, com o objetivo de produzir vinhos em um estilo mais internacional, suavizando taninos, adicionando complexidade, porém alguns vinhos ficaram completamente dominados por uma madeira excessiva.
Com o passar dos anos, muitos produtores refinaram o uso de carvalho novo, outros voltaram aos grandes barris de carvalho esloveno com o intuito de realçar as características das cepas nativas e do terroir.
Vinhos Brancos
Na década de 70, os vinhos brancos renasceram.
Neste período, a prática de fermentar o mosto com as cascas das uvas foi abandonada. Fermentações lentas, com temperatura baixa e controlada nos tanques de aço inox, leveduras selecionadas, filtração, centrifugação e nenhum contato com o oxigênio durante o processo de produção resultaram em uma leva de vinhos leves com boa acidez e tecnicamente perfeitos. Porém, estes vinhos logo sofreram com a uniformidade de sabores, com a perda de personalidade, distinção e complexidade.
Isso fez com que produtores repensassem seus processos e buscassem fazer vinhos mais representativos do terroir, utilizando leveduras selvagens. Os tanques de aço inox foram mantidos, porém o carvalho foi reintroduzido para fermentação e envelhecimento, com o objetivo de adicionar textura e complexidade. Macerações curtas a frio foram introduzidas para extrair mais sabor.
Todas essas melhorias na vinificação e também no vinhedo fizeram com que o vinho branco italiano adentrasse uma nova era no ano 2000 com elevada qualidade e grande diversidade. Os vinhos brancos italianos apresentam caráter e expressam a sua origem.
E aí qual você acha que será a próxima tendência?