Há boas razões para se seguir cada passo do processo de degustar um vinho!
Um gole e uma engolida não permitem que você tenha a melhor experiência.
Em inglês, os passos para degustar melhor seu vinho consistem nos 5 Ss : “See” (olhar), “Swirl” (girar a taça), “Sniff” (cheirar), “Sip” (tomar um gole) e “Savour” (saborear).
Para fazer os 5 passos, segure a taça sempre pela haste.
Primeiro S – SEE (olhar)
Ao olhar a cor e a translucidez de um vinho, ao incliná-lo sob uma folha de papel branco, é possível obter pistas sobre a variedade da uva, estilo do vinho e idade. Geralmente pensamos em vinhos tintos, brancos ou roses, mas há um espectro amplo de cores que o vinho pode apresentar, como vermelho rubi, vermelho escuro, vermelho cor de tijolo, marrom, violeta, cor de rosa, pêssego, salmão, palha, dourado, esverdeado, entre outras… Os vinhos também possuem diferentes tonalidades de cores, das mais pálidas até as mais intensas. No caso dos vinhos brancos, por exemplo, quanto maior é a idade do vinho, maior é a intensidade de sua cor, indo de branco palha quase transparente até um amarelo escuro opaco. Já os vinhos tintos vão perdendo cor conforme envelhecem.
Segundo S – SWIRL (girar a taça)
Ao girar a taça, o vinho entra em contato com o oxigênio. Essa oxidação intensifica os aromas, deixando-os mais perceptíveis. Nem todos os vinhos precisam deste passo para liberar aromas. Vinhos muito velhos não podem ser “girados”, pois a oxidação pode destruir seus frágeis e envelhecidos aromas.
Terceiro S – SNIFF (cheirar)
Diferentes vinhos apresentam diferentes intensidades aromáticas e a melhor técnica é cheirar em três etapas: posicionando a taça no peito, depois no queixo e finalmente colocando o nariz dentro da taça. A cada etapa, verifique se consegue sentir algum aroma. Se você conseguir cheirar alguma coisa com a taça na altura do peito, é porque o vinho é bastante aromático. Se precisar enfiar o nariz dentro da taça para sentir algum aroma é porque ele é neutro. Há 200 ou mais aromas no vinho, desde aromas frutas, flores, ervas, vegetais, até couro e pedras. Com a prática, você pode aprender a identificar, embora o que cheiramos tem muito mais a ver com os nossos receptores sensoriais, do que com o próprio vinho, portanto, não ligue se não conseguir cheirar o que “deveria”. Apenas tome nota das diferenças.
Quarto S – SIP (tomar um gole)
Tome um gole de vinho e deixe-o percorrer por toda a boca. Antes de engolir, perceba os sabores e textura. Você poderá ter a impressão de doçura, acidez(azedo) e amargor. Talvez os sabores sejam semelhantes aos aromas, talvez sejam diferentes. Dá para sentir também o peso do vinho na língua. Um vinho que dá a impressão de ser mais grosso e pesado na língua, como um suco de manga, é um vinho encorpado. Por outro lado, diz-se que um vinho de corpo leve é um vinho que não “pesa na língua”, assemelha-se a um suco de limão. Um vinho de médio corpo é como um suco de laranja. Além disso, ao tomar um gole, poderá identificar taninos que estão presentes em maior quantidade nos vinhos tintos, por uma sensação de secamento na gengiva. Para identificar acidez, é só prestar atenção na sensação azeda nas laterais na língua. Finalmente, você poderá sentir uma sensação de aquecimento ou esfriamento que tem a ver com o teor de álcool do vinho.
Quinto S – SAVOUR (saborear)
Finalmente, após engolir, você poderá meditar sobre as reações em sua boca, considerando elementos como suavidade, equilíbrio, final e sua complexidade de um modo geral. O final tem a ver com o quanto de tempo que o sabor dura no seu palato.
Quanto mais vinhos provar utilizando este processo, mais experiente você se tornará para identificar seus gostos, escolher quais vinhos comprar e conversar com amigos enófilos! Quanto mais vinhos provar, mais humilde você se torna!
Um abraço!