Um dos mais respeitados críticos de vinhos do mundo, um homem capaz de revolucionar o mercado de vinhos mundial e moldá-lo a sua maneira, um homem que fez um seguro de seu próprio nariz por um milhão de dólares, Robert Parker foi amado e odiado. Após diversas especulações sobre sua aposentadoria, tal fato concretizou-se nesta última quinta-feira (dia 16/05/19). Ele deixa seu posto, mas sua marca fica.
Sua trajetória iniciou-se oficialmente em 1978, com o lançamento de sua primeira revista de crítica de vinhos independente, a The Wine Advocate. Um dos motivos que o levou a criação da revista foi a percepção de que não havia, na época, livros e revistas direcionados ao consumidor final. Estes conteúdos relatavam a história das vinícolas, mapeavam as regiões produtoras, porém, não abordavam a qualidade e características dos produtos. Com o intuito de oferecer uma abordagem prática e acessível, Robert Parker criou um sistema de avaliação de vinhos por pontos.
Este sistema classifica a qualidade geral do vinho em 6 categorias, a partir de 50 pontos, como nas seguintes notas:
- 96 a 100: vinho extraordinário;
- 90 a 95: notável;
- 80 a 89: acima da média a excelente;
- 70 a 79: mediano;
- 60 a 69: abaixo da média;
- 50 a 59: terrível.
Um perfeito 100 de Robert Parker poderia significar um aumento de quase 70% no preço de uma garrafa de vinho. É o que mostra o site Wine Searcher, poucos meses depois de um vinho ter recebido a pontuação. Isso evidencia o tamanho de sua influência no mercado.
Apesar de suas inúmeras contribuições, Robert Parker foi criticado por deixar suas preferências pessoais influenciarem suas avaliações de qualidade. Isso levou o mercado a uma espécie de ditadura Parker, em que apenas um tipo de perfil de vinho teria vez. Notas altas RP significavam muitas vezes que o vinho seria bastante “amadeirado”, com alto nível de álcool, bem concentrado e com pouca acidez.